Há um exato momento na vida que todos nós pais paramos e em profunda reflexão chegamos à conclusão de que estamos nos sentindo órfãos. Percebemos que os filhos crescem de um momento para outro e muitas vezes não damos conta de como o tempo passa. Quando nasceram, tão pequenos e frágeis, os primeiros meses pareciam intermináveis nas noites em claro que passamos, revezando aos estímulos em uma ansiosa expectativa do melhor.
Então, um dia, de repente, se tornam adolescentes. Os passeios nos finais de semana e férias compartilhadas já são entre colegas. O menino com os primeiros fios de barba e a menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do habitat doméstico. Antes que eles cresçam, tudo o que os pais podem dizer a seus filhos não é ouvido pelo mundo, mas não tenha dúvidas que ecoará por toda a eternidade. É o momento em que todos que são pais se perguntam, onde estão aqueles bebês? Onde estão os brinquedos, as roupinhas, as historinhas do faz-de-conta, os heróis, nossos heróis invencíveis das batalhas imaginárias? E continuamos ainda a refletir que ontem eram crianças e hoje nos ensinam como melhor explorar os programas do computador e atalhos que ali se encontram à disposição. O tempo passou e nos cabem as recordações.
Surgem as viagens para a praia e as excursões que apagam a cantoria infantil e os eternos pedidos de sorvetes. Esta voz foi substituída pela conversa animada com os colegas com que compartilham suas alegrias. E novamente como uma emoção abstinente, em profunda reflexão do nosso eu interior é que nos sentimos órfãos de filhos. A impressão que passamos a ter é que realmente eles dormiram crianças e em nosso sono eles despertaram adolescentes, como num passe de mágica. É o momento da saudade dos dias que se foram, tão rápidos. Mas também é o momento em que nos sentimos fortalecidos pelo dever cumprido. Talvez um sentimento de que poderíamos ter deixado de lado alguns afazeres sempre contínuos e ter brincado mais com eles, compartilhado das tarefas escolares, ouvido mais, suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções ou seus medos, possa permanecer. São tempos que não retornam a não ser a oportunidade do resgate na figura dos netos que nos compete esperar. A vida é bela, nada se perde, tudo se transforma.
Queridos pais, a partir deste exato momento, estejamos mais com nossos filhos, com um sentimento de gratidão e harmonia, pois a existência é tão breve e as oportunidades tão preciosas que tudo o mais que tenhamos e que nos preencha o tempo não compensará as horas dedicadas para estarem conosco. Não economize abraços e atenção porque nosso comportamento determinará a felicidade do crescimento proveitoso dos dias úteis do futuro. A vida é um fluxo continuo de energia e vibração, pois a criança criada com carinho aprende a ser afetuosa. Toda mensagem de atenção ao próximo é um exemplo de solidariedade que é passada pelos pais aos filhos e por se dizer pela hereditariedade e pela espiritualidade. Já fomos crianças e sabemos que no dia-a-dia eles aprendem que o ser humano e seus sentimentos são mais importantes do que o simples sucesso profissional e quanto vale a vida por todas as experiências que virão na atual existência.
Deus te escolheu, você foi a escolha, alvo de sua missão e segue.na mesma proporção de que Deus, mais do que escrever certo por linhas tortas, transmite a cada um de nós a sua força criadora e transcendente, a mesma que dá suporte a todos os fenômenos que se manifestam no Universo e em nossa realidade, em essência, as crianças sempre aprendem e reproduzem o que vivem. Você nasceu para vencer. Bom dia e boas energias. Eu acredito em você.
( Gilberto Pompermayer )
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